Tudo ao seu redor girava. Parecia que todos os fogos de artifício estavam explodindo diante de seus olhos. As cores se alternavam na mesma intensidade que o som propagava e apitava estridente em seu ouvido. Ele estava completamente zonzo.
Passado o efeito anestésico do baque, veio a dor. Ele se lembrava dessa dor, pois não era a primeira vez que a experimentava. E no instante seguinte, engoliu a saliva da boca e sentiu o gosto férreo do sangue. Por hora seus dentes estavam no lugar, mas o corte no lábio contribuía com a pancada o fazendo ver as estrelas ao redor de sua cabeça.
Os que passavam por ele não ofereciam ajuda, apenas deixavam aquele velho olhar de reprovação. Todos os dias ele estava lá, sofrendo a mesma silenciosa acusação dos que passavam. Os que não o reprovavam, pensavam que ele era louco ou algo parecido. Afinal, todas as pessoas conhecem o ditado que ‘errar é humano, persistir no erro é burrice’.
Mas ele não se importava com o que pensavam. Todos os dias, ele estava no mesmo lugar, fazendo a mesma coisa; sofrendo a mesma dor decorrente da forte pancada.
Certo dia um velho aproximou-se do jovem enquanto este se recuperava de um novo baque e perguntou o motivo dele fazer aquilo. Não havia repreensão em seu tom de voz, pelo contrário, havia respeito. O rapaz ergueu os olhos, ainda sentado no chão, e disse ao velho que fazia aquilo, pois alguém um dia disse que ele não era capaz. O silêncio perdurou por alguns instantes, o velho refletia sobre aquilo que tinha acabado de ouvir. Por fim, respondeu ao jovem que ele deveria mudar o foco do seu pensamento, pois, até então, ele só tinha comprovado que realmente não era capaz. Ele limpou suas roupas e começou a se afastar do garoto, quando parou e disse: “Por que não pára de provar a esse sujeito que ele está certo e começa a acreditar que realmente pode fazer isso?”.
Passaram dias e nada havia mudado. O jovem continuava a fazer sua rotina diária e enfrentar o forte impacto e as conseqüentes dores. Mas aquelas palavras foram alimentando algo dentro dele que estava adormecido. Em nenhum momento alguém lhe disse que aquilo que pretendia fazer era impossível, apenas que ele não era capaz. E foi pensando nisso, que desejou realmente fazer aquilo a que se propôs a fazer.
O dia estava limpo, as pessoas caminhavam normalmente e algumas até aguardavam pelo jovem para poder rir de seu mais novo tombo. Mas dessa vez, o inesperado aconteceu. O garoto chegou com um olhar diferente, como se tivesse envelhecido anos de um dia para outro. Estava seguro daquilo que estava prestes a fazer e não trazia o medo ou o receio do impacto que outrora fossem comuns. Isso atraiu a atenção de muita gente, que parou sua rotina para observá-lo.
Ele cerrou os punhos, trincou os dentes, semi-serrou os olhos e correu. Diferente das outras vezes, ele não estava tímido ou evitando atingir a máxima velocidade, suas pernas moviam-se de acordo com a explosão de seus músculos; ele acelerava. As pessoas arregalaram os olhos, pensando que o impacto poderia lhe causar sérios ferimentos dessa vez. Mesmo assim, ele corria. Ninguém foi capaz de acreditar, mas quando todos esperavam por um choque e o baque do seu corpo estatelando contra a parede, o que viram foi uma nuvem de poeira se erguendo e o corpo do rapaz destruindo o cimento o qual sempre se chocava. Seus cabelos, seu rosto e corpo estavam esbranquiçados em função dos destroços. Mas isso não importava, ele estava do outro lado, sem nenhum ferimento sequer.
Aquele jovem, não comemorou. Nem mesmo esboçou um olhar soberbo para reprimir aqueles que duvidaram dele. Pelo contrário, ele simplesmente partiu. Deixou aquelas pessoas para trás, dando a elas a simples prova de que um objetivo traçado pode ser alcançado se dispormos de dedicação e confiança em nós mesmo; até mesmo se o objetivo for atravessar uma parede.
Passado o efeito anestésico do baque, veio a dor. Ele se lembrava dessa dor, pois não era a primeira vez que a experimentava. E no instante seguinte, engoliu a saliva da boca e sentiu o gosto férreo do sangue. Por hora seus dentes estavam no lugar, mas o corte no lábio contribuía com a pancada o fazendo ver as estrelas ao redor de sua cabeça.
Os que passavam por ele não ofereciam ajuda, apenas deixavam aquele velho olhar de reprovação. Todos os dias ele estava lá, sofrendo a mesma silenciosa acusação dos que passavam. Os que não o reprovavam, pensavam que ele era louco ou algo parecido. Afinal, todas as pessoas conhecem o ditado que ‘errar é humano, persistir no erro é burrice’.
Mas ele não se importava com o que pensavam. Todos os dias, ele estava no mesmo lugar, fazendo a mesma coisa; sofrendo a mesma dor decorrente da forte pancada.
Certo dia um velho aproximou-se do jovem enquanto este se recuperava de um novo baque e perguntou o motivo dele fazer aquilo. Não havia repreensão em seu tom de voz, pelo contrário, havia respeito. O rapaz ergueu os olhos, ainda sentado no chão, e disse ao velho que fazia aquilo, pois alguém um dia disse que ele não era capaz. O silêncio perdurou por alguns instantes, o velho refletia sobre aquilo que tinha acabado de ouvir. Por fim, respondeu ao jovem que ele deveria mudar o foco do seu pensamento, pois, até então, ele só tinha comprovado que realmente não era capaz. Ele limpou suas roupas e começou a se afastar do garoto, quando parou e disse: “Por que não pára de provar a esse sujeito que ele está certo e começa a acreditar que realmente pode fazer isso?”.
Passaram dias e nada havia mudado. O jovem continuava a fazer sua rotina diária e enfrentar o forte impacto e as conseqüentes dores. Mas aquelas palavras foram alimentando algo dentro dele que estava adormecido. Em nenhum momento alguém lhe disse que aquilo que pretendia fazer era impossível, apenas que ele não era capaz. E foi pensando nisso, que desejou realmente fazer aquilo a que se propôs a fazer.
O dia estava limpo, as pessoas caminhavam normalmente e algumas até aguardavam pelo jovem para poder rir de seu mais novo tombo. Mas dessa vez, o inesperado aconteceu. O garoto chegou com um olhar diferente, como se tivesse envelhecido anos de um dia para outro. Estava seguro daquilo que estava prestes a fazer e não trazia o medo ou o receio do impacto que outrora fossem comuns. Isso atraiu a atenção de muita gente, que parou sua rotina para observá-lo.
Ele cerrou os punhos, trincou os dentes, semi-serrou os olhos e correu. Diferente das outras vezes, ele não estava tímido ou evitando atingir a máxima velocidade, suas pernas moviam-se de acordo com a explosão de seus músculos; ele acelerava. As pessoas arregalaram os olhos, pensando que o impacto poderia lhe causar sérios ferimentos dessa vez. Mesmo assim, ele corria. Ninguém foi capaz de acreditar, mas quando todos esperavam por um choque e o baque do seu corpo estatelando contra a parede, o que viram foi uma nuvem de poeira se erguendo e o corpo do rapaz destruindo o cimento o qual sempre se chocava. Seus cabelos, seu rosto e corpo estavam esbranquiçados em função dos destroços. Mas isso não importava, ele estava do outro lado, sem nenhum ferimento sequer.
Aquele jovem, não comemorou. Nem mesmo esboçou um olhar soberbo para reprimir aqueles que duvidaram dele. Pelo contrário, ele simplesmente partiu. Deixou aquelas pessoas para trás, dando a elas a simples prova de que um objetivo traçado pode ser alcançado se dispormos de dedicação e confiança em nós mesmo; até mesmo se o objetivo for atravessar uma parede.