Passa, passa, passa. Tão rápido que os olhos mal conseguem acompanhar. Passa, passa, passa, como se fosse um borrão cinza e comprido. Os detalhes passam; só que despercebidos.
Não me importo com os detalhes, pois são tantos que consigo observar os detalhes aos poucos. Um pouco de cada um. Passa, passa, passa. Tão rápido que o movimento da minha cabeça não é capaz de acompanhar a chegada do segundo antes do primeiro ter ido embora.
Olho uma parte de uns três ou quatro deles, depois vejo outra parte nos próximos cinco. Passa, passa, passa. No fim, tenho certeza que serei capaz de ver um no mais perfeito detalhe, afinal são todos iguais. Sutis devem ser as diferenças. Passa, passa, passa. É nisso que eu acredito, e é isso que meus olhos enxergam.
Nunca tinha vivido uma experiência como essa. Deveria ter pensado em contar. Mas são tantos que não sei se saberia continuar contando. Não aprendi a contar. Passa, passa, passa. Acho que já estou ficando entediado. Nada mais chato do que ver sempre a mesma coisa, passando. Acho que estou perdendo o interesse dos detalhes! É isso!
Passa, passa. Ué, o que está acontecendo? Passa, passa. Parece que estão cansados, ou estão diminuindo o ritmo da corrida. Passa. Tudo está mais lento, até mesmo o vento que antes soprava meu cabelo para trás. Passa. Está parando.
- Trombadinha dos infernos! Eu não falei pra você que, sem bilhete não embarca?
Era aquele homem de uniforme de novo!
- Agora, vai fazer o resto do caminho andando. Vai aprender a lição!
Suas mãos me jogaram para fora daquele trem. Mal havia tirado o pó do meu corpo e aquela incrível máquina já estava distante, levantando poeira e me deixando sozinho. Passa.
Continuei a caminhada, debaixo do sol. O calor estava insuportável e eu não havia alternativa, senão caminhar. Tentar chegar até a próxima estação. Tentar um novo embarque furtivo. Passa.
Foi só então que dei mais atenção para cada um deles. Sim, em sua maioria eram compridos e cinzas, mas as semelhanças ficavam por aí. Cada um tinha características distintas. Alguns tinham cores, outros desenhos. Haviam postes de formato cilíndrico, mas também haviam outros que pareciam perfis da letra “H”. Passa.
Os quilômetros iam ficando para trás lentamente, pois eu dava atenção a todos eles. Havia uma beleza peculiar em cada um. A tarde estava caindo e dando lugar para a noite, quando finalmente me aproximei da estação. Passa. E só então, eu pude concluir que, apesar da aparência, quando olhamos com mais atenção, veremos que eles são diferentes uns dos outros. Eu estava enganado. Eles são únicos, e desperdicei a chance de conhecê-los, por tratá-los como iguais. Passa.
Não me importo com os detalhes, pois são tantos que consigo observar os detalhes aos poucos. Um pouco de cada um. Passa, passa, passa. Tão rápido que o movimento da minha cabeça não é capaz de acompanhar a chegada do segundo antes do primeiro ter ido embora.
Olho uma parte de uns três ou quatro deles, depois vejo outra parte nos próximos cinco. Passa, passa, passa. No fim, tenho certeza que serei capaz de ver um no mais perfeito detalhe, afinal são todos iguais. Sutis devem ser as diferenças. Passa, passa, passa. É nisso que eu acredito, e é isso que meus olhos enxergam.
Nunca tinha vivido uma experiência como essa. Deveria ter pensado em contar. Mas são tantos que não sei se saberia continuar contando. Não aprendi a contar. Passa, passa, passa. Acho que já estou ficando entediado. Nada mais chato do que ver sempre a mesma coisa, passando. Acho que estou perdendo o interesse dos detalhes! É isso!
Passa, passa. Ué, o que está acontecendo? Passa, passa. Parece que estão cansados, ou estão diminuindo o ritmo da corrida. Passa. Tudo está mais lento, até mesmo o vento que antes soprava meu cabelo para trás. Passa. Está parando.
- Trombadinha dos infernos! Eu não falei pra você que, sem bilhete não embarca?
Era aquele homem de uniforme de novo!
- Agora, vai fazer o resto do caminho andando. Vai aprender a lição!
Suas mãos me jogaram para fora daquele trem. Mal havia tirado o pó do meu corpo e aquela incrível máquina já estava distante, levantando poeira e me deixando sozinho. Passa.
Continuei a caminhada, debaixo do sol. O calor estava insuportável e eu não havia alternativa, senão caminhar. Tentar chegar até a próxima estação. Tentar um novo embarque furtivo. Passa.
Foi só então que dei mais atenção para cada um deles. Sim, em sua maioria eram compridos e cinzas, mas as semelhanças ficavam por aí. Cada um tinha características distintas. Alguns tinham cores, outros desenhos. Haviam postes de formato cilíndrico, mas também haviam outros que pareciam perfis da letra “H”. Passa.
Os quilômetros iam ficando para trás lentamente, pois eu dava atenção a todos eles. Havia uma beleza peculiar em cada um. A tarde estava caindo e dando lugar para a noite, quando finalmente me aproximei da estação. Passa. E só então, eu pude concluir que, apesar da aparência, quando olhamos com mais atenção, veremos que eles são diferentes uns dos outros. Eu estava enganado. Eles são únicos, e desperdicei a chance de conhecê-los, por tratá-los como iguais. Passa.
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