terça-feira, maio 31, 2011

Palhaço sem graça

Ele era conhecido por muitas pessoas da região que passavam por aquelas bandas. No parque, podia ser encontrado todos os finais de semana. Mas ele não era simplesmente encontrado, era procurado. As pessoas visitavam o parque por causa dele, queriam vê-lo, queriam se divertir com suas peças e apresentações.
Ninguém sabia o seu nome, ele se apresentava apenas como ‘palhaço’. Algumas crianças o chamavam de ‘tio’, isto é, quando estavam em condições de falar, na maioria das vezes ficavam tão surpresas e felizes, que não tinham reações. A admiração era marca no rosto de todos ao término de cada apresentação.
Mágicas, malabarismo e as normais palhaçadas fazem parte do show, mas a arma especial do seu espetáculo se chama: carisma. Ele tinha um incrível dom de cativar as pessoas de uma forma como ninguém mais poderia. Talvez fosse a pintura em seu rosto em que lágrimas escapavam do seu olho direito, ou então seria seu tom de voz tímido no início de cada apresentação. Seria então o seu sorriso sincero? Não importa. O fato é que o palhaço fazia as pessoas felizes. Não importando a idade; fosse adulto, idoso ou criança, todos paravam seu passeio no parque para ouvir suas piadas e suas palhaçadas. Ele era o máximo!
Alguns afirmavam que seu breve espetáculo podia curar pessoas. O breve olhar de seu rosto tão carregado de maquiagem quanto de sonhos e emoções, seria capaz de espantar a dor. Seria ele um messias? Posso afirma que não, ele é apenas um palhaço. Mas um palhaço capaz de fazer coisas que um ser humano comum não consegue. Um homem com o incrível talento de fazer as pessoas felizes. Mas ele lamenta. O palhaço é um homem só, pois a pessoa mais importante na sua vida, ele não foi capaz de fazer feliz...

Sua ex-mulher.

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