Alcançar
o amor é fácil, o difícil é mantê-lo. O comodismo e a preguiça deixam-no morrer
de fome, e depois se arrependem numa morbidez pessimista. Tem gente que acredita
na eternidade sem o tempo.
Tique taque,
Passam-se as horas
Bem na nossa frente
Mas a gente não vê.
Oras,
O que é um grão de areia na praia?
Uma gota d´água pra chuva?
Uma centelha da chama?
Ou um “eu te amo” na cama?
Um segundo não é nada,
Se uma hora for marcada,
Mas é primeiro!
Senão a hora não se faz por inteiro.
Um giro pro cata-vento?
Pro sonhador, uma miragem?
E para a janela do trem,
O que é uma paisagem?
Assim é a eternidade sem o tempo.
O cata-vento sem rodar.
O trem sem viajar,
E a chama sem brilhar.
Assim é a eternidade,
Uma sequência de fotos que formam o filme,
Que dão movimento.
De versos que dão a rima, o ritmo,
E o sentimento.
De carinhos que compõem o amor
De gestos que constroem amizades
Trocados fazem a cumplicidade.
E mútuos,
Alimentam-se,
Para sempre.
Pois a eternidade não é uma,
Senão várias!
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