terça-feira, agosto 30, 2011

Acaso

Não importa se andamos com um pé de coelho no bolso, ou se andamos com uma muda de arruda atrás da orelha. Ou se preferir, um chumaço inteiro.
Você pode ter a mania de acordar e não encostar seu pé esquerdo no chão antes do direito. Fugir de escadas abertas no seu caminho, você é especialista. Os gatos pretos, nem se quer se aproximam de você, o que dizer de cruzar a sua frente, certo?
Um espelho jamais caiu de sua mão, pois esse deve ser o objeto o qual segura com mais cuidado. E em seu bolso (não aquele com o pé de coelho, o outro), você carrega uma pequena figa. Na carteira, um raro trevo de quatro folhas, não é?
Mas que diferença isso vai fazer?
Acredita que os acontecimentos ao redor de sua singela vida serão afetados se alguma dessas superstições não for seguida a regra?
Somos menores do que pensa, logo, isso não o poupará de ter um dia de má sorte. Por outro lado, não somos marionetes que caminham no percurso, já pré-determinado, do destino. Somos maiores do que isso.
Estamos numa tênue média dessas coisas, onde o acaso pode interferir nossa rotina e plantar a má sorte naquele dia, quer você saia de casa ou não. Quer você ande com a arruda na orelha, ou não.
Mas quando isso acontecer, quando o seu dia lhe aborrecer, não resgate da gaveta aquele empoeirado chaveiro de pé de coelho. Ao invés disso, lembre-se que o acaso pode estar jogando a nosso favor. O acaso pode nos livrar de passar por algo pior.
E se por acaso você não acreditar no acaso... Bom, nesse caso eu vou rezar. Rezar pela pobre alma dos inocentes coelhos que, mesmo tendo seus pés consigo o tempo todo, não terão sorte de sobreviver com você a solta.

Um comentário:

  1. Eu não acredito em acaso. Penso que o amanhã é resultado do hoje que plantamos. Os nossos pensamentos, até mesmo os supersticiosos, tem grande representação em nossas vidas e, talvez, acreditar que um pé de coelho no bolso ajuda a ter mais sorte, acreditar verdadeiramente nisso, pode chegar a funcionar se o indivíduo também ''buscar'' a sua sorte.
    No fim das contas, tudo depende de nós.

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