Árvore oca
Madeira tão tosca
Nos nós faz as tocas
De aranhas nas rotas
De raízes marotas
É ali,
Que nascem as sombras
Que cresce o obscuro,
O vazio, e as cobras.
É tão escuro!
É tão vazio!
É tão oco!
Sua falta de conteúdo,
Faz um tremendo barulho
Como o trovão.
Repete e repete e repete,
E distorce e distooorceee
Se o fogo consumisse-a,
Só o fogo,
Não restariam cinzas
Que poderíamos chamar de cinzas
Se a chuva a lavasse,
Nada na água que desce conteria
Nada da árvore.
É seca! E sempre será!
Se ventasse,
Mesmo que fosse um sopro,
Pelos galhos atravessasse,
Arrastá-la-ia o susto.
Mas não falecem folhas ou frutos,
Pois não os possui.
Portanto,
Árvore oca,
Lar de teias e silêncio,
Com minha boca derrubo-a!
quinta-feira, março 18, 2010
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