quinta-feira, outubro 14, 2010

Gatos no forro

As batidas de suas patas o denunciavam. Era ele novamente. Aquele gato desgraçado em nosso forro. Como aquilo incomodava! Arranhava, corria, e me deixava nervoso. Aquela casa de madeira estava caindo e o que faltava era apenas um gato sobre nossas cabeças.
Abrimos o forro, aquela tampa velha e cheia de cupim que por muito tempo descansava inerte e criava centenas de teias de aranha. E naquele imenso negrume profundo surgiu sua face. Branca imunda e felpuda. Um felino asqueroso e tenebroso! Ao ver-nos arreganhou as presas e miou bravo! E no segundo seguinte, pulou sobre nossas cabeças. E no terceiro segundo, sumiu.
Nefeshy, a nossa pintcher, saiu em disparada atrás daquele demônio, e logo apareceu um outro gato, mais comportado lá em cima. Enquanto o outro pulava, a cachorra ia atrás do bicho, lá pro fundo da casa, até que o alcançou e eu só ouvi o barulho de carne rasgando, um último miado, e o silêncio.
Você pegou o que sobrou, e jogou fora.
Felizmente, o feitiço foi cortado pela raiz, antes que a gata desse filhotes.

Nenhum comentário:

Postar um comentário