quarta-feira, março 24, 2010

Que sexo tem as almas?

De que cor são as almas?
Vermelhas como o sangue ou a paixão...
Ou brancas como nuvens e versos?
Azuis... Amarelas ou cor de terra?

São transparentes como os sentimentos de um poeta apaixonado?
Ou foscas e sombrias como a decepção dos poetas abandonados?

Que sabor tem as almas?
E o cheiro... Aroma de flores do mito fantasmagórico...
Ou o suor de corpos em pecado, se é que esse pecado existe...
Cheiro de morangos ou o odor repugnante de uma cova aberta?

Que toque tem a alma?
Suave com as mãos daquela que me ama?
Ou áspera como a mágoa de quem não me quer mais?
Seus dedos são compridos e finos como a morte...
Ou pequenos e delicados como a vontade de viver?

Que som vem das almas?
Lamentos e sussurros mórbidos... Melancólicos...
Ou a música que você mais gosta de ouvir?
A voz é rouca, feito a de alguém que se despede dos amores...
Ou deliciosamente mansa como a de uma adolescente enamorada?

De que vinho bebe a alma?
Quais as tosses que a afligem numa noite de ventos frios?
Por quais amores sofre? Por quem chora?
O que dança?
Quem a perturba ou a deixa serena?
De que se alimenta em dias como hoje?

Em que alma o poeta se inspira?
Que alma o acaricia enquanto escreve suas brincadeiras em papel?

De quem são as lágrimas que agora escorrem em minhas mãos?
E de quem é o sorriso que finaliza minha estrofe?

Parto...

Um comentário:

  1. Simplesmente fantástico, os poetas e as almas, mas sem saber defini-las escrevemos mesmo assim sobre elas, são minhas maiores inpirações...

    Lindo desenlance.

    Beijosss

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