quarta-feira, março 03, 2010

Sombras de um adeus mal ensaiado

Despede-se um amor
Choro sorrisos embargados
As lágrimas de ontem voltam para o adeus
As lágrimas de hoje secam, proibidas de ser

Despede-se um sonho bom
Afogo mágoas embrulhadas
Uma caixinha de lembranças amassadas
Os papéis rasgados, soltos no vazio de uma briga

Despede-se o beijo macio
Machuco as bocas de um perfeito encaixe
Fotografias de abraços ternos/eternos
As imagens distorcidas, imploradas... por quê?

Despede-se o sexo loucura
Gozo lembranças e respirações ofegantes
O cheiro dos corpos em suor combinado
As mãos que entrelaçaram, não se aplaudem mais

Despede-se a paixão já morta
Envergonho-me das frustradas insistências
As desculpas e perdões molhados
As farpas que dialogaram, caladas no adeus da estupidez

Despede-se a amizade antes eterna
Corto pedaços de promessas cantadas
As palavras cuspidas em momentos impensados
As barreiras do tempo e da distância, soterradas no olhar

Despede-se o último beijo
Visualizo as mãos que se tocaram suadas
As pontas dos dedos, pedindo para voltar
O amor mutante, pedindo agora o desprezo do sentir

Despede-se a tristeza de te ver
Sorrio a liberdade do coração acorrentado
As portas se abrindo, tirando a poeira
As asas brancas, pedindo novos sorrisos

Sombras de um adeus...
Muito mal ensaiado

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