terça-feira, agosto 31, 2010

Esperança

Eu não gosto dela! E acho que esse não é um sentimento que apenas eu alimento. Os vizinhos também não gostam dela. E pensei que a história ia parar por aí, mas notei que todos que conhecem, não gostam dela! Realmente, somos a maioria.
Não pense que é por má vontade, ou por falta de tentativa, mas a convivência com ela é insuportável. Por mais que eu seja educado, prestativo e interessado, não consigo me dar bem com ela, e vice-versa. O desgosto é mutuo. E não sou eu o problema, pois assim como todas as outras pessoas não a suportam, ela não suporta ninguém além da própria presença.
Sua voz, seu cheiro, seu olhar. Suas roupas, suas escolhas, seus gostos e suas opiniões; tudo é detestável. O ar fica pesado quando ela está por perto, e ela sempre está por perto. Por mais que eu tente ignorá-la, não consigo deixar de perder a paciência.
Já tentei veneno de rato, calmante e até mesmo jogá-la da escada, mas nada disso adiantou. Ela continua viva, atormentando meu mundo e voltando ainda mais indesejável do que antes. Confesso que desisti de dar cabo dela, afinal... não adianta.
No começo, quando estamos apaixonados – ou não, isso não é fator de preocupação. Isso não chega nem mesmo a ser algum tipo de pré-requisito. Não damos bola para coisas banais. Porém, o tempo passa e conhecemos melhor tudo aquilo que cerca o amor, e é nesse momento em que caímos do cavalo. Foi nesse momento que a conheci.
Não pense que eu deixei de amar, pelo contrário, eu amo minha esposa mais do que nunca e é por isso que suporto a presença da mãe dela. Mas suporto isso ciente da lição que eu aprendi. Não se trata apenas de um ditado, o fato é que, realmente, a Esperança é a última que morre.

2 comentários:

  1. nem todas as sogras são ruins, mas pelo sim e pelo não, evito ao máximo ser apresentada a sogra. tenho sografobia. ótimo texto!

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  2. kk, muito lindo o texto
    adorei o desfecho =P

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