Desconheceste os meus passos quando me viu com pés descalços sobre teus cacos.
E o meu avesso que, antes te trazia em códigos decifrados letra a letra,
Hoje, carrega os versos que nos pertenceram e celebra o aconchego desta liberdade sem razão.
Hoje ouvi teu pranto no silêncio, demasiadamente, discreto.
Fechei meus olhos para viver teu desespero.
Fostes minha vírgula, minha respiração, minha paz...
Hoje grita tão alto uma exclamação que sinto a dor em miúdos, parte a parte entranhando pelas minhas veias.
Ouvi o teu socorro e a lágrima nasceu no canto dos meus olhos. Teu desespero me exaspera e eu quero te dar minhas forças.
O que há ainda de ti em mim, restou dos sonhos abortados às pressas. Dos planos findados pelas minhas mãos.
Sim, eu refiz nossa história e inventei um ponto final.
Mas nossos laços são extremos, superiores, intensos.
Nada desfaz o que há. Nem minhas invenções.
Te tenho amor, embora não mais te deseje.
Não quero que seja viva em ti a mesma dor que em mim parecia não acabar.
Te dou, enfim, minha voz. Esta mesma que clamou por um espaço no teu universo.
E com estima e apreço, lhe entrego minhas asas. As mesmas que voaram nosso céu.
Te dou um pouco de mim, que hoje, é resistência. É força. É doçura. É suave.
Porque não sou pássaro sem dono, nem anjo bom.
Mas sei que em ti, falta algo que sempre foi meu.
sexta-feira, junho 18, 2010
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Arrepiante !
ResponderExcluirEssa pressa por liberdade é fim de liberdade em si... O amor não pode estar livre, tem sempre que estar preso entre os amantes ! Nunca criemos ponto final para o amor, ele é infindável !
Parabéns pela poesia, muito linda !
Le.