Eu só queria um mundo que acabasse comigo,
sem que eu sofresse com as perdas involuntárias.
Eu só queria acordar num tapete macio,
sem pensar nas cobras e nos ácaros.
Só queria voar meus sonhos diurnos e gozar o riso,
sem pensar no disfarce embutido em minha face.
Só queria mexer as mãos num aceno amigo,
sem lutar contra o peso da minha tristeza pendurada nos braços.
Queria poder sorrir meus dentes amarelados num branco real,
sem me preocupar com aparências fúteis de roupas e cores.
Queria dormir em carinhos sinceros vindos de um amor em tons pastéis,
sem me questionar a cada dia se não sou apenas uma tela descartável.
Nadar em rios de águas mornas e céu azul e cinza,
sem tocar os pés em personalidades flutuantes.
Secar meu corpo ao vento frio no final de uma tarde preguiçosa,
sem o sentimento de que ainda apenas sobrevivo.
Me despedir de tudo aquilo que me cansou,
sem chorar as feridas que encontrei nas pessoas que amei.
Me permitir a vida,
sem precisar morrer.
quarta-feira, junho 16, 2010
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