quarta-feira, janeiro 20, 2010

Segundos de Prazer

E de novo chegas, toma meu corpo e meu espírito
Regenera minha carne enegrecida pela podridão
Meu sangue volta a correr pelas veias antes petrificadas
Abres a boca para libertar teus vermes e os expele sobre mim
Outra vez me completo com aquilo que não queres mais
Bebo da sua fonte, vício maldito que permeia minha pele
Sinto tua essência a invadir meus poros
Transpiro sangue, transpiro escárnio
A vida me acaricia o peito novamente

Sopro o hálito putrefato sobre tua face
Inspiras meu bafo e entrega-se ao mórbido sorriso
de me ver respirando a morte

Mas cruel como tu és, me tira o alívio de imediato
Mais uma vez penetra minha carne com a estaca
Me paralisa diante de teu eminente beijo
Não me deixa sentir teu gosto fúnebre que tanto amo

Sórdida, mórbida, sem escrúpulos, vais embora
Fico a te esperar mais uma vez, pois não tenho escolha
Segundos de prazer...

É o que tens para mim
É o que quero de ti

2 comentários:

  1. Aiaiai marcelo,
    já sei que é você antes mesmo de ver o autor do texto...
    Um dia escrevi sobre o gélido beijo da morte...
    Fico imaginando que ela vem mesmo assim como descrevestes...
    Rs..se é que realmente acertei...
    Amei (como sempre) o texto! Tem todo aquele charme niilista, e toda a verdade fedida estampada, e imperando, lançando nossa consciencia para tão perto da sensação real, que fica dificil não sentir uma falta de ar depois não é?!hsuahsuahsuahu...
    beijo grande.

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  2. às vezes evito ler teus poemas. (risos)

    Amigo... vc é foda!!

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