Pessoas desastradas costumam não ter cuidado com nada. Por onde passam sempre deixam um pequeno estrago. Estão sempre a causar certo prejuízo e alguma descontração. Não são assim porque querem. São assim porque são.
Eu sou um tanto desastrada. E, por isso, procuro manter alguma distância de objetos frágeis de grande valor. Já quebrei um bocado de coisas, já causei certos prejuízos mas, já causei alguma descontração.
Tenho tentado ser menos desastrada. Ou, pelo menos, tentar ser desastrada apenas com objetos e nunca com pessoas. Tenho procurado ter um certo cuidado, até porque, gosto dos frágeis e de grande valor.
A fragilidade é como cápsula de fina espessura que guardam compostos de força e explosão. Semelhantes àquelas “super” vitaminas “milagrosas”, quase sempre importadas e raras.
O valor das pessoas? Bom, este não pode ser medido pelo valor da matéria prima ou, ainda, pelos índices da Bolsa de Valores. É um valor sem medidas, não contábil. E é quase incontrolável quando este valor cresce, cresce.
Por vezes, cresce tanto que quase não alcanço. Sou de estatura mediana. Sim, eu sei tirar os pés do chão e gosto de voar. Mas meu vôo é conduzido pelo vento, que nem sempre sopra na direção que quero. Ainda obedeço a certas ordens naturais e vivo minhas limitações humanas. Portanto, tento conduzir o valor até onde eu alcanço. Por mais que eu deseje o aumentar dilacerado e descompassado deste valor.
Estranhamente, tenho vivido uma era de cuidados. Já disse acima que tenho tentado ser menos desastrada. Mas não se animem muito, não. Se me tiverem como visita em suas casas, escondam todos os cristais. Só não se escondam de mim... É para isto todo o meu cuidado. Um certo “receio” me tomou de assalto: por medo de perder por estar perdida, me refiz e, agora, tento ser mais calma e mais cuidadosa.
Tomara, um dia, eu não precisar do vento para chegar tão alto... (reticências).
sexta-feira, abril 09, 2010
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Pois é, eu também sou um bocado desastrada, infelizmente as vezes com as pessoas, o que me causa certo desconformto, mas somos imperfeitos não é? Então, tento corrigir-me sempre...
ResponderExcluirLido texto, como sempre palavras maravilhosas que chegam a me transmitir muita suavidade ao ler.
Adoro teus escritos.
Beijos
Leticia Duns.