O silêncio líquido não comunga mais das coisas
nem mesmo das pedras.
As aves não querem mais migrar daquele lugar
largado às traças.
Os rios que nascem à montante não são os mesmos
que correm à jusante.
Quando a minha escrita está para o nada
nasce rabiscos poéticos.
Em lugares decadentes
qualquer coisa que se move se torna importante.
O cheiro da paisagem
carrega mais cor que o horizonte pintado na tela.
O nascer da flor não está na primavera
mas no outono quando suas folhas trocam de roupa.
Havia um menino que pensava ser árvore.
E foi.
Durante o dia as coisas pertencem à luz.
À noite não pertencem a mais ninguém.
O delírio das coisas está guardada no quintal
de nossas casas.
Pegar na palavra que só comete suicídio
é mais prazeroso que pegar na palavra que só bate o ponto.
Pensando assim me formei cientista
das teorias das insignificâncias.
domingo, abril 11, 2010
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nossa...
ResponderExcluirseu poema me lembra muito um poeta pantanense, de nome Manuel Barros...
beijoO.
é baseado nele mesmo que ele foi escrito...
ResponderExcluirbeijos!
" Quando minha escrita está para o nada nasce rabiscos poéticos"
ResponderExcluirque lindo!