Degusta minha pele como sobras de comida
Esfola o couro com a unha comprida... Suja
Teu cuspe, ácido, queima fundo até os nervos
O hálito podre tem cheiro de pecado e sal
Me tomou
Levou-me ao seu encontro, de arrasto
Fez de meu corpo um tabuleiro de jogo perdido
Almas ao redor, escuridão e fedor
Sua morada não é das mais puras
Gargantas cortadas, olhos em chamas
Nada disso é pior que sua voz gutural
Tortura minha mente vinte e quatro horas
Listando todos os pecados que cometi
Detalhando todas as mortes que causei
Punição inglória... Amargo tom de vermelho
Sentado sobre meu sexo
Não há prazer
Queima, corta e esfola
São rasgos de carne
Lascas de uma vida de estupros
Hoje me desfaço em restos humanos
Hoje... Amanhã... Eterno
A língua venenosa invade minha boca
Chupa meu sangue e meu espírito
Cospe o ácido misto... Meus fluídos
Gozo meus podres
Orgasmo de vida inútil
Clímax sem fim
Inferno de unhas pintadas
De roupas deixadas e rostos espancados
Sou eu, frio na pedra quente
Deitado nas emoções despercebidas
Fechando os olhos para acordar as fadas
De asas transparentes e olhos esverdeados
Pesadelo e sonho, unidos por meus gritos
Abro os olhos e durmo com meu diabo
quarta-feira, abril 28, 2010
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Vi no orkut e decidi conferir o poema.
ResponderExcluirLembrou-me da "Princesa dos Symphaths", uma personagem da saga Irmandade da Adaga Negra.
Conforme lia cada verso da poesia, imaginava o vampiro que á ela serve de escravo sexual narrando suas sujas experiências com a Princesa traiçoeira com corpo de fada; e ainda fala de ácido - a Princesa tem veneno de escorpião no sangue, o que faz com que a pele dele queime á cada toque dela.
Enfim, são muitos os detalhes...
Só gostaria de deixar registrado o quanto é incrível como um poema onde você menos espera pode lhe tocar de modo profundo - eu sofrendo com o vampiro deste livro, me deparo com este poema! Estou encantada, no melhor e pior sentido da palavra (se é que existe um pior).
Olá!
ResponderExcluirConhecendo agora o blog de vcs e adorando tudo por aqui!
Parabéns pelo poema! Cheio de imagens fortes... confesso que já estava sem fôlego no meio do poema. De fato, compartilhei da angústia!
Beijos
Patrícia Lara