Eu percebi no momento em que entrou em casa. Sua respiração, seus passos, seu silêncio. Não fez nada diferente do que sempre faz, mas mesmo assim, pude perceber.
Sentamos para almoçar, você comeu calada como sempre, mas o ar ao seu redor lhe entregava. Seus olhos, a forma em que apoiava as mãos sobre a mesa ou então como brincava com o último pedaço da carne no prato. Você não estava bem.
Tentei conversar, mas o máximo que pude fazer foi apelar para o fútil assunto do tempo. Não demorou muito para que você se retirasse da mesa e subisse para o quarto.
Fiquei bons minutos andando em círculos na inútil tarefa de tentar adivinhar o que fazer. Não havia muito que fazer, nunca soube o que fazer.
Subi vagarosamente as escadas, precisava ganhar tempo para pensar, mas não adiantaria. A escada poderia ser tão longa quanto a muralha da China, eu chegaria ao final sem saber o que dizer. Bati na porta e esperei sua permissão para entrar.
Finalmente pude confirmar aquilo que soube no momento em que entrou em casa. Seus olhos estavam vermelhos, a tentativa de enxugar as lágrimas tinha sido em vão. Você me mostrou um sorriso amistoso, que logo desapareceu, mas entendi que era a autorização para que eu me aproximasse.
Sentei-me na cama e ficamos em silêncio por um bom tempo. Foi quando você – sempre mais corajosa que eu – quebrou o silêncio.
- Sinto falta da mamãe...
- Também sinto. – Respondi – Nunca fui bom com as palavras, queria poder lhe confortar.
Por fim, nos abraçamos por um bom tempo e assim ficamos até que suas lágrimas secaram.
- Já estou me sentindo melhor! Obrigada!
Aquilo me fez bem. Decidi deixar você a vontade, mas foi nessa hora que me desmanchei ao ouvir você dizendo:
- Você não precisa ser bom com as palavras... você já é bom sendo meu pai!
Sentamos para almoçar, você comeu calada como sempre, mas o ar ao seu redor lhe entregava. Seus olhos, a forma em que apoiava as mãos sobre a mesa ou então como brincava com o último pedaço da carne no prato. Você não estava bem.
Tentei conversar, mas o máximo que pude fazer foi apelar para o fútil assunto do tempo. Não demorou muito para que você se retirasse da mesa e subisse para o quarto.
Fiquei bons minutos andando em círculos na inútil tarefa de tentar adivinhar o que fazer. Não havia muito que fazer, nunca soube o que fazer.
Subi vagarosamente as escadas, precisava ganhar tempo para pensar, mas não adiantaria. A escada poderia ser tão longa quanto a muralha da China, eu chegaria ao final sem saber o que dizer. Bati na porta e esperei sua permissão para entrar.
Finalmente pude confirmar aquilo que soube no momento em que entrou em casa. Seus olhos estavam vermelhos, a tentativa de enxugar as lágrimas tinha sido em vão. Você me mostrou um sorriso amistoso, que logo desapareceu, mas entendi que era a autorização para que eu me aproximasse.
Sentei-me na cama e ficamos em silêncio por um bom tempo. Foi quando você – sempre mais corajosa que eu – quebrou o silêncio.
- Sinto falta da mamãe...
- Também sinto. – Respondi – Nunca fui bom com as palavras, queria poder lhe confortar.
Por fim, nos abraçamos por um bom tempo e assim ficamos até que suas lágrimas secaram.
- Já estou me sentindo melhor! Obrigada!
Aquilo me fez bem. Decidi deixar você a vontade, mas foi nessa hora que me desmanchei ao ouvir você dizendo:
- Você não precisa ser bom com as palavras... você já é bom sendo meu pai!
Gostei do diálogo Leo! Amei o final! Belo texto!
ResponderExcluirOlá, Leonardo!
ResponderExcluirAqui, conhecendo os autores do blog e adorando tudo por aqui.
Parabéns pelo belo texto. Triste, mas lindo!
Beijos
Patrícia Lara