quarta-feira, fevereiro 17, 2010

Uma poesia sem fim

Tentou encontrar palavras que estivessem à altura das que foram ditas a ele. Poderia tê-las encontrado se tentasse um pouco mais. Mas então se lembrou que ela citou a simplicidade de suas palavras e resolveu ser ele mesmo. Sem medo de errar, sem medo de ir além do que talvez pudesse ir. Soube de alguma maneira, que se acaso ultrapassasse alguma barreira, ela o perdoaria.

Mas talvez ainda sob o efeito do êxtase causado pelo desejo que ela pintou em sua tela, ainda não se sentia à vontade para lhe dizer o quanto ele também a desejava. Talvez por existir ainda um pouco de receio, não saberia explicar porque ficou olhando sua foto por minutos seguidos, imaginando o toque de cada centímetro daqueles lábios feitos de carne e sonhos, invadindo seu corpo.

Não saberia dizer a ela, que a vontade de sentir o gosto e o cheiro era comum aos dois. Não encontrou palavras para contar que a imaginara nua em sua cama, toda preguiçosa, deixando que cada curva de seu corpo fosse tocada por ele, num misto de carinho e provocação.

E no início da madrugada sentiu vontade de beijá-la. De tê-la em seus braços ao menos uma vez, como ela assim também o desejou. E no início da madrugada, ele não desejou transar, pois transar soava vulgar. Também não desejou fazer amor, pois o amor ainda não lhes fora apresentado e não saberiam se assim seria. Então lhe restou pedir a ela, que unissem seus corpos, bocas e desejos. E juntos, ao invés de amor, fizessem poesia. No lugar de estrofes, orgasmos. No lugar de rimas, o suor e o prazer.

Uma poesia sem fim.

3 comentários:

  1. Como sempre... As poesias me tirando o fôlego! *-*

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  2. Uau!
    Salva de palmas!
    Intenso, firme, espontâneo.
    adoro textos assim.

    Lindíssimo!!!
    abraçooo...

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  3. Simplesmente perfeito!!!

    Nada como uma linda e bela poesia...!


    Sem palavras! Meus parabéns!
    Abração!
    £!

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