quarta-feira, maio 05, 2010

Âmbar

Que olhos são esses que nos mostram palavras que não precisam ser ditas
e que mastigam paisagens, refletindo nossos sorrisos?

Que olhos são esses que nos fazem fechar os nossos
e imaginar as notas chorosas de um blues que embala nossa alma?

Que olhar é esse, de um castanho intenso que transforma qualquer pedra em âmbar
e pinta seus sonhos, numa colagem de fotografias em sépia?

Que olhar é esse que me inspira a ficar, a voltar, a não sair
e faz com que a estrada encurte seus quilômetros?

Que olhar é esse que me inspira a escrever, adoecer em letras e morrer em versos
e que molda minhas escritas no formato da moldura de seus olhos?

São aqueles olhos de menina curiosa, vestida de anjo rebelde.
Que vão do punk ao blues em melodias sinuosas, tocadas em sons quase mudos.

São aqueles olhos de brilho intenso, de uma vivacidade que entorna cores desfiguradas.
Que vão do clássico ao abstrato em tons de poesia e prosa.

São aqueles olhos de leitora voraz, que se alimentam de histórias e bebem de seus finais.
Que vivem personagens musicais, dançando frases desconexas em seu mundo âmbar.

São aqueles olhos que encantam o poeta e fazem de suas mãos, as donas dessas letras.
Que foram culpados pelo meu sorriso de canto de boca, ao término desse pequeno devaneio.


Dedicado à Giovana M. Scalioni

2 comentários:

  1. Gosto tanto dos textos daqui! De verdade!
    Fico esperando ansiosamente um de voces postar!

    Parabens!

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  2. Benditos então, os olhos dessa moça... Lindíssimos versos!

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