(Sei que devo desculpas infinitas pela minha também infinita negligência. A qualidade não é tão redentora quanto eu esperava que fosse, mas espero que suscite algum vislumbre de redenção. Tolo, tolo.)
À casa torno cansado
Da batalha diária
Pra ganhar meu centavo.
Mas são frangalhos
Esses lençóis
Que me agasalham.
Me acomodam
Do frio das ruas
Nesses retalhos
Mas me enjaulam
Na indolência
Do encarceirado
Violentado
Pela solidão
Do seu abraço.
Pois vê enquadrado
Tão longe ali fora
O dia ensolarado
Por um espaço
Tão ínfimo
Entre seus braços.
--!
E num repente sórdido
Percebe no lar
Um ambiente inóspito.
Fita ensandecido
O suicídio da amada
Que não houve.
Afaga, enternecido,
Os cabelos do filho
Que não teve.
Embrenha acometido
Entre lençóis
Já esquecidos
Ambos eles
Homem e lençóis
Retalhados
Pela batalha diária
Pra se ganhar
O centavo.
Que horror, quanta cólera!,
Ver o suor do trabalho
Florescer o mundo em volta,
Enquanto solitária
Em sua casa
A alma pede esmola.
segunda-feira, maio 03, 2010
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Caralho! rs só falando assim...rs Que demais! Não se preocupe com faltas quando você volta com um poema desses Leo!
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