quarta-feira, maio 12, 2010

Poetisa

Debruço-me sobre tuas palavras para dizer quem sou
Vejo as folhas soltas que deixaste de lado
Não são totalmente brancas
Carregam suaves letras riscadas
Palavras que querem se calar

Talento invejável, sabe mexer emoções
Cutuca verbos e explode limites

Forte e decidida feito raiz que quer vencer os anos
Flores delicadas que vem na primavera
Brancas como as folhas soltas

Deixas escapar que ainda desejas
Não podes querer
Luta constante
És razão e por isso vence

Quero te ler sempre
Sei que não negarás, impenetrável
Vísceras de poetisa
Expostas na distância
Amargo doce que me trazes

Vives em letras presas ao teu dom
Fazes do mundo teu caderno de rascunho
Não passas a limpo
És crua

Percebes o vão?

* Dedicado à Natacia Araújo

Um comentário:

  1. Ah!Que lindo poema querido! Me sinto honrada pelo carinho.

    Quando leio teus versos, tenho a sensação de estar sempre diante de combinações profundas, um quase abrigo que desperta meu paladar pra tuas poesias soltas. Por isso, vou sempre ao encontro de tuas linhas e tenho nelas palavras encaixadas sob medida.

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