quarta-feira, dezembro 02, 2009

De que anjo veio Augusto?

Que serão dos seus anjos, Augusto?
Que outros poetas eles inspiram... Retiram...
Que veias ardentes de versos crus eles pulsam?

Quem foram teus anjos, Augusto?
Que descuidaram de tua saúde ao ficarem pasmos com tuas escritas...
Que morderam os lábios a cada estrofe que torcia as vísceras...

Onde foram os teus... Os nossos anjos, de Augusto e vários Eus?
Em que papéis escreveram tuas loucuras belas e atrevidas?
Em que portas foram bater para soprar tolices poéticas?

Tragam-me os anjos de Augusto...
Inspirem-me... Expirem-me... Augustem-me...

Que vermes e bactérias sejam sempre exaltados
Que a terra coma todos versos podres
Remetam sempre a imundície de tuas rudes palavras

Que Augusto caia dos anjos e mantenha-se em nossos pecados
Que Augusto cuspa teus escarros e catarros literários
E que eu esteja de boca aberta, esperando por tuas migalhas

E que Augusto durma com os Anjos!

3 comentários:

  1. E ainda me dizem que poetas nacionais parnasianos não são bons...Ah, conversa!
    Augusto não se enquadrava em estilos, ele era só um ritmo poético e ponto.

    Gostei de ver não só os trocadilhos nominais como o ritmo lisérgico que você criou aqui.
    Muito bom!

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  2. Sorte de Augusto e de seus Anjos de não estar por perto para ser superado por nosso ilustre MD Amado! hehe!

    Brilhante!

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  3. E é tanta essência de Augusto, que de repente augusto é verbo, o poeta augusta-se sim, mas em um estilo único, linda homenagem.

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